domingo, 15 de maio de 2016

Metastrongylus spp

O Metastrongylus é um verme branco e fino, com até 6cm de comprimento. Os hospedeiros intermediários deste parasita são os anelídeos (minhocas) representados por vários gêneros e espécies. Foram encontradas minhocas abrigando mais de 2.000 larvas de Metastrongylus spp. que eram viáveis após quatro anos.

Fêmeas (esquerda) e machos (direita).

Os animais normalmente se infectam pela ingestão das larvas liberadas pela ruptura da minhoca, durante o ato de fuçar dos suínos, ou sua própria ingestão quando contaminada. Os suínos novos são mais suscetíveis a doença e um animal infectado pode reter a infecção por vários meses e continuar a contaminar o meio ambiente.

Ciclo biológico Metastrongylus spp.

Os vermes adultos, localizando-se mais precisamente nos brônquios e bronquíolos, que uma vez afetados tornam-se obstruídos, interferindo na respiração normal. Pneumonia, tosse severa, dificuldade respiratória e perda de apetite podem ser evidências desta enfermidade, registrando-se ainda enfraquecimento e falha de crescimento em animais afetados, infecções severas chegam a causar mortes. Além desses efeitos, estes vermes são considerados portadores de agentes causadores de outras doenças, como o vírus da Influenza e da Peste Suína.  

Vermes em brônquio

A eliminação de ovos pode ser esporádica em suínos adultos. A doença é encontrada com mais frequência em suínos criados de forma extensiva, embora tenha ocorrido um surto ocasional em suínos confinados. A história de doença e os sinais clínicos também ajudam a estabelecer o diagnóstico.
A metastrongilose tem uma distribuição etária característica, sendo mais prevalente em suínos de 4-7 meses de idade. Pode ter alta prevalência em javalis. O parasita é comum na maioria dos países, embora surtos da doença não ocorram com frequência, provavelmente pelo fato de que a maioria dos sistemas de manejo de suínos não permitem acesso fácil de suínos a minhocas. Embora geralmente haja indícios de que a Metastrogylus pode transmitir alguns vírus de suínos e acentuar o efeito de patógenos já presentes nos pulmões, o papel do verme não foi comprovado de forma conclusiva.

  Extremidade posterior da fêmea
Extremidade anterior do verme













                                                          
                                                    


O diagnóstico desta enfermidade não é fácil, em virtude da falta de sinais clínicos característicos e da existência de outras doenças causadoras de tosse. Entre outras técnicas de exames fecais, o método de flutuação é efetivo para detectar ovos nas fezes quando se utiliza solução saturada de cloreto de sódio ou sulfato de magnésio. Entretanto, o melhor diagnóstico de infecção do rebanho é obtido através da necropsia, pela presença do verme e lesões características no pulmão. Uma acurada diferenciação de lesões por outras causas, é seguramente obtida nos exames histológicos.      

Ovo contendo larva
O levamisol é um princípio ativo bastante efetivo para o tratamento de suínos infectados com vermes pulmonares, ele vai inibir a atividade enzimática no músculo do parasita. O controle é extremamente difícil quando o manejo de suínos é extensivo por causa da onipresença e da longevidade dos hospedeiros intermediários, as minhocas. Em fazendas onde tenham ocorrido vários surtos, suínos devem ser confinados, medicados e o pasto infectado cultivado ou utilizado por outros animais.

Referências Bibliográficas:
Taylor, M.A; Coop, R.L; Wall, R.L. Parasitologia Veterinária. 3. Ed. Guanabara Koogan SA, 2007.
Taira et al., 2003

                             

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